quarta-feira, 29 de junho de 2005




não
esbarrei nele, pedindo desculpas. não quis que me olhasse tão dentro que sentisse medo.
apenas não quis. agora paro. imóvel, apoio o corpo na amoreira. o sinto. me arrependo
imensamente. volto correndo. desejo as desculpas omitidas. é tão tarde, é tão tarde.. e ele
já não está mais. é ninguém de novo.



segunda-feira, 13 de junho de 2005



plic, tlic, plim.

e o sonho acabou, as pessoas chegaram. o cheiro das bolachas e os goles de café chegaram. as risadas chegaram.
as discussões sobre dinheiro, trabalho e relacionamentos sentaram-se ao meu lado, abafando o som do piano
que saía pela janela e rimava com essa luz das cinco horas que já não corrói mais a frieza da grama.



quinta-feira, 9 de junho de 2005


[do tempo em que descia a rua, ria a tristeza com outros. que não te encontrava]

- ... que eu já não lembro




quinta-feira, 2 de junho de 2005



queria um chão xadrez, uma parede de fita. um fundo
amarelo, numa letra de tinta. me escondendo no que me dita
- e o que há de se fazer? que não fizesse. que entendesse.
meu não-dizer.